quinta-feira, 25 de março de 2010
Te perdendo eu cresci tanto!
A marca da aliança no dedo da jovem e triste menina é evidente, não é só uma região mais pálida de seu corpo, é um tanto quando afundado, como se lá ainda houvesse um anel. Mas não há. O anel que parecia ter estado tanto tempo em seu dedo, não estava mais lá. E o motivo estava explícito em seus olhos, em suas lágrimas que pareciam se multiplicar. Ninguém consegue consolá-la, não há palavra que a faça sentir melhor, nem as piadas idiotas dos amigos que sempre serviram como um remédio para qualquer doença. Eu nunca tinha a visto chorar, era uma cena que ficaria gravada na minha memória, para sempre. E quando eu menos esperasse, ia lembrar. Tentei entrar na cabeça dela e entender o que estava acontecendo, ela só emitia um som, o soluçar de seu choro agonizante. Fui chegando perto, e deu aquele abraço forte nela. Suas lagrimas molharam minha blusa, e ela disse bem baixinho, no canto do meu ouvido: ‘ele não me quer mais’. E agora? O que eu iria dizer? eu que já me achava doutora em conselhos para casais, mesmo eu nunca tendo feito parte de um, me encontrei em uma situação ímpar, incógnita, eu não conseguia achar a solução. Deixei ela chorar tudo o que precisava, afogar suas tristezas. E quando ela enfim levantou a cabeça do meu ombro encharcado, eu disse: ‘você é forte, mostre que é capaz’. E a partir desse momento ela levantou sua cabeça, seguiu em frente e mostrou a todos a mulher forte que se escondia naquele corpo de menina.
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