quarta-feira, 28 de abril de 2010

Um dia vai voar

A mulher já de meia idade encostou a cabeça no travesseiro, se cobriu com o lençol na noite áspera que rondava a cidade. Naquela data fazia tanto frio, nem parecia que ela morava em um lugar relativamente quente. Ela puxou o lençol e ficou nele como se estivesse em um casulo, uma bolha. Era lá que ela sempre pensava em tudo da sua vida, antes de cair no sono. Era assim, todos os dias havia uma espécie de balanço sobre seus pensamentos, angústias e opiniões. Deve ser por isso que ela às vezes se contradiz, porque ela pensa demais, e quando vê, já mudou de opinião. Ela passa mais tempo pensando no que fez do que fazendo o que poderia fazer. Quem não te conhece que te compre, era a frase que ela mais ouvia de quem mais a conhecia. Todos sempre achavam que ela era forte, segura de si e que não mudava seu parecer frequentemente. Oh! Como são tolos. Não percebem que por dentro dessa mulher aparentemente forte e madura, ainda há uma garotinha, que ainda pensa muito nas coisas que fez, e as vezes, quase sempre, até se arrepende.

domingo, 25 de abril de 2010

E não dá pra alguém te odiar mais que eu

Odeio teus ciúmes excessivos, odeio teu mau humor de todos os dias, e não em uma só semana do mês. Odeio como você faz pouco caso com os meus problemas e como você julga as pessoas sem nem saber o nome delas. Aliás, não só os meus problemas, mas os de todos, odeio o jeito como você só quer saber de si mesma. Odeio como você adivinha minhas ações e as palavras que vão sair da minha boca. Odeio como você fala comigo, como você é grossa, até parece que eu não sou nada pra você. Odeio quando você diz pra mim que sou tudo na sua vida, e depois diz que adora iludir as pessoas. Odeio a maneira como você se veste, mais despojada impossível. Odeio como você não dá valor as coisas que tem, principalmente a mim, que sou teu. Odeio o jeito como você encara a vida, sem seriedade nenhuma. Odeio quando você diz que o máximo que pode acontecer é você morrer. Mas e se você morrer mesmo? Eu morro também! Odeio como eu sou dependente de você, como você me faz te querer mais e mais a cada dia, odeio teu jeito de andar, odeio o jeito que você me viciou em você mesma. Odeio o quanto eu te amo. Eu odeio o quanto eu te amo!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

for you, i will

Chora no meu ombro, VEM, me conta teus segredos e confissões mais obscuras. Chora no meu ombro, fala pra mim o que você não tem coragem de dizer a ninguém, que se sente inseguro em relação à vida e realmente não sabe o que quer. Chora no meu ombro, chora até desidratar, e quando te faltar água nos olhos eu choro por você, choro mais uma vez por ser incapaz de fazer com que você se sinta bem. E quando as suas lágrimas, as minhas lágrimas acabarem, daí a gente não chora mais. Aí a gente ri de tudo o que passou, como de costume. Ri da vida, ri de todos, ri de tudo. Mostre seus dentes. Pois se a vida um dia nos deu mil motivos pra chorar, mostraremos a ela que hoje temos mil e um para sorrir.

"e tudo que eu posso oferecer são minhas palavras pra você.."

segunda-feira, 19 de abril de 2010

"Passado algum tempo nao é possivel "acertar-se" nada entre pessoas; compreendi essa verdade desesperançada ali, no banco de pedra. O homem vive e remenda, repara, constroi e depois, por vezes, estraga a vida; mas com a passagem do tempo percebe que o outro, que se erigiu aquela forma, a partir dos erros e acasos, não é modificável."
O legado de Eszter - Sándor Márai

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Dono do meu pensamento

"Muito tempo se passou e pouca coisa mudou, o que eu sintia era forte, e com o tempo aumentou". E é verdade, passaram-se os dias, os meses, até anos já se passaram. E a jura que eu fiz de nunca mais lembrar de você, de te excluir da minha vida, fingir que nunca te conheci, que nem sabia teu nome; que eu pensei, de verdade, que iria cumprir, não foi cumprida. Confesso que houve época em que eu nem lembrava de sua existência, mas agora parece que mesmo não estando presente na minha vida, está sempre no meu pensamento. Tudo me lembra voce, tudo me faz te querer. E eu nem sei aonde você está, com quem está.. Faria de tudo pra tirar você da minha cabeça, mas parece que isso me persegue... Não sei se a solução será me render a tentação, ou continuar nessa mesma, nem triste, nem feliz, neutra. Eu não quero mais isso pra mim, não quero mais essa realidade. Ainda não sei o que quero, mas sei o que não quero. Não quero lembrar.
"eu tento te esquecer, mas tudo o que eu escrevo, é sobre você.."

segunda-feira, 12 de abril de 2010

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"[...] tudo vale apena pra te reencontrar, me livrei de tudo aquilo e consegui mudar. [...] felicidade é poder estar com quem você gosta em algum lugar [...] eu não nasci ontem, nem quando, como por onde mas, como tudo deve ser, com as balizas do nosso sistema. sigo imprimindo meu sonho na história, como tudo deve ser. eu não preciso de promessas e acho que você também, eu não tento ser perfeito e acho que você também. dias e noites, pensando no que fiz, eu sou um vencedor, eu lutei pelo o que eu quis. mas quando não se pode mais mudar tanta coisa errada, vamos viver nossos sonhos, temos tão pouco tempo." Como tudo deve ser - Charlie Brown Jr.

09/04/2010
forever in my heart. ♥

domingo, 11 de abril de 2010

A cicatriz

Pensando bem, pra mim você foi só mais um, mais um sonho sem ser realizado por completo, mais um homem que passou na minha vida deixando sua marca, uma ferida que carrego em meu coração. E essa ferida, apesar de dolorosa e profunda, não será para sempre, a final, feridas sempre saram, não importa o tempo que demore, elas não ficam em você para sempre. Mas deixam também a sua marca, a cicatriz, que é uma forma de te lembrar do erro que você cometeu, da pessoa que te machucou. A cicatriz está ali para te lembrar de não cometer o mesmo erro mais uma vez, e não se deixar levar por aquela pessoa que você acreditou que fosse a certa...


ps. já postei esse texto uma vez, estou postanto denovo porque gosto muito dele e não estou inspirada a escrever nada novo agora..

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Depósito

E o lacre se rompeu. A embalagem que durou tanto tempo, que foi tão resistente, enfim cedeu. Quando eu ouvi aquele barulho senti uma dor que nunca havia sentido antes. Uma forte dor no meu peito, como se uma veia houvesse se rompido também. Pensei em sair gritando e ofendendo quem havia feito isso, e foi isso mesmo que eu fiz. Perdi o controle, eu não estava mais sob mim, era como se outra pessoa estivesse dentro do meu corpo, mas não era eu. Logo eu que sempre achei essas atitudes explosivas coisa de gente idiota, e que nunca tinham motivo concreto. Logo comigo. Porque aquele objeto não era só um simples objeto, era mais que isso. Era um depósito de lembranças, líquidas. Que eu guardava há tempos, e sempre usava, sempre usei. E quando eu ouvi o barulho dele estourando, entrando em contato rápido com o chão, poucos minutos depois eu senti uma lágrima escorrendo dos meus olhos, passando por minha bochecha até chegar aos meus lábios; eu estava chorando. Pode parecer tolo chorar porque um perfume caiu no chão, ainda mais eu, que nunca fui de chorar, mas não era só um perfume. Meus sentimentos, minhas lembranças, minha história estava toda lá dentro daqueles miligramas de água cheirosa, e agora não estão mais. Escorreram pelo ralo, e nunca mais voltarão. O cheiro ainda está no chão, vai demorar para sair, e enquanto não sair, as lágrimas em minha face ainda vão rolar, e eu ainda vou sentir aquela dor de lembranças arrancadas de meu coração, de minha memória.


'e se FOI, se jogou no mar aberto de ilusões...'

ps. não gosto de cine, achei que esse trecho da música combinava com esse texto.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

[LEIAM POR FAVOR] Meu texto de perfil

Já vi esse texto que está no meu perfil, e, páginas da internet de várias pessoas. Por favor, se você for copiar, me avise antes, só pra eu saber quem está usando o texto que eu produzi, que saiu da minha cabeça. E se souber de alguém que usa o texto e eu não sei, me avise também (pode ser por comentário no blog, anonimamente ou não).
Obrigada =)

(in)útil

Futilidade é o que reina nos dias de hoje, não? Tudo o que importa, é saber se o seu rímel está borrado, se o seu gloss ainda está brilhando. Garotinhas beirando os catorze anos, acabam de conhecer alguém, passam algumas horas conversando pela internet com essa pessoa, e quando você vê, já são “bests”, “bffs” e afins. Aonde foi parar a verdadeira amizade? Aquela que você conquista com anos e anos de convivência, com muitos momentos juntos, rindo ou chorando, fazendo as pazes ou brigando. Aonde foi parar a verdadeira amizade? Será que ela foi trocada por essa falsidade, essa hipocrisia toda, que se a pessoa contradiz uma coisa que você fala, vocês já brigam, não se falam nunca mais e ficam trocando mensagens de ódio, totalmente desnecessárias. Onde foi parar os sentimentos de antigamente? Não só a amizade, mas e o amor? AONDE FOI PARAR O AMOR? Agora namorar é ter um álbum no seu Orkut, com dezenas de fotos de você e seu companheiro, se beijando e fazendo poses românticas, cheias de efeitos e legendas de juras de amor eterno. Onde foi parar a noção dos pais? Aonde já se viu, uma garota de doze anos, fazendo piercings como louca. A outra, de quinze, já com tatuagens pelo corpo que ainda não se desenvolveu completamente. Aonde foi parar?..

esse texto não ficou muito bom, sei lá, não tinha nada pra postar, então foi ele mesmo..

quinta-feira, 1 de abril de 2010

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"[...] enquanto duvidamos da palavra ou dos sentimentos de alguém, é possível construirmos uma vida ou relação sobre solo frágil [...] Você sabe que a construção desabará um dia... ainda assim, o empreendimento tem algo de verdadeiro, humano e inevitável. Mas aquele que a fatalidade castigou levando-o a escorar seu edifício em você, terá o pior dos destinos, porque um dia perceberá que construiu tudo no ar, sobre nada. Outros mentem por seu caráter, porque assim ditam seus interesses ou pelo prazer do momento. Mas você mente como cai a chuva [...] é capaz de mentir como lágrimas [...] com boas ações [...] Você me olha nos olhos, ou me toca, e suas lágrimas escorrem, sinto o tremor de suas mãos, e ao mesmo tempo sei que você mente, sempre mentiu, desde o primeiro instante. Sua vida foi uma mentira. Não acredito nem em sua morte; também será mentirosa. "