segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Só por uma noite

Naquela noite era eu e você, na verdade não. Você, eu e umas três mil pessoas naquele cazebre. Era dezembro. Um calor de deserto, estava todo mundo derretendo dentro daquele lugar. Mas não era só o calor que me fazia ficar ansiosa, apreensiva, era você também. Eu poderia pensar que qualquer um chegaria naquele cazebre, naquela noite, mas você? Logo você? Fiquei surpresa.
Eu estava prestes a entrar lá, quando olhei para a direita, como quem não quer nada, e vi seus olhos. Azuis. Eles também olharam para mim. Era você. Por um momento pensei que estava sonhando, mas logo veio falar comigo, tentei parecer indiferente, mas não obti sucesso.
- Você aqui?
- É...Quem é vivo sempre aparece... - eu disse, olhando para baixo
Depois de dar essa breve resposta, me virei, peguei minha pulseira que garantia a entrada nos camarotes, e entrei naquele cazebre. Estava lotado, como esperado. Nem olhei para trás.
Após algumas horas de música alta, show de luzes e bartenders para todos os lados, você apareceu denovo. Chegou do meu lado, pegou minha mão e disse que ainda pensava em mim. No meio de tanto barulho, tantas pessoas, pensei que não entenderia o que você disse, por incrível que pareça, entendi. Com todas as letras.
Depois daquela frase curta e grossa, que você soltou para mim, tudo mudou. Aquela simples noite que eu pensei que iria me acabar, dançar até cair, se transformou em um momento intenso, único, mágico. Se eu não estivesse vendo tudo aquilo com meus próprios olhos, pensaria que era só mais um sonho.
Então você veio, me deu um beijo quente, cheio de paixão. Nossos lábios se juntaram, e eu não pensei em mais nada. Nesse instante eu percebi o quanto precisava daquilo. Nossos corpos também se juntaram, e apesar de todo o calor, senti até um friozinho na barriga.
Mas como tudo o que é bom dura pouco, o beijo logo chegou ao fim. Meu celular tocou. Era uma amiga minha que tinha ido ao cazebre comigo naquela noite. Sua voz no telefone era brava e forte como eu nunca tinha ouvido antes. Tive que ir embora correndo, te dei um último beijo e saí com a minha bolsa...



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